terça-feira, 30 de novembro de 2010

                                                                                                  Sensação 

Pelas tardes azuis do Verão, irei pelas 
sendas, 
Guarnecidas pelo trigal, 
pisando a erva miúda: 
Sonhador, sentirei a 
frescura em meus pés. 
Deixarei o vento banhar 
minha cabeça nua. 
Não falarei mais, não 
pensarei mais: 
Mas um amor infinito me 
invadirá a alma. 
E irei longe, bem longe, 
como um boêmio, 
Pela natureza, - feliz 
como com uma mulher.


                                                                                          [Rimbaud]


É urgente o amor



É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.



[Eugênio de Andrade]
Nega-me o pão, o ar


Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso, 

porque então morreria

[Pablo Neruda]

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vamos sorrir mais, colocar alegria em coisas cotidianas.
O que falta no mundo é as pessoas perceberem que a todo momento acontecem coisas novas, das quais é possível tirar proveito e transformar em experiência. E o principal é que para ser feliz, é necessário encontrar a felicidade que não está nas coisas, mas sim dentro de nós.
E para isso acontecer temos que nos desfazer de coisas ruins acomodadas em nossas vidas. Faça um teste. Liberte-se de preocupações paralelas,irrelevantes. Sorria para o próximo, inevitável alguém negar um sorriso!

[Tah]

sábado, 13 de novembro de 2010


' ... é que eu carrego comigo todos os sonhos do mundo ... '

[D.D.T.]

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


Balada do Esplanada

Ontem à noite
Eu procurei
Ver se aprendia
Como é que se fazia
Uma balada
Antes de ir
Pro meu hotel.
É que este
Coração
Já se cansou
De viver só
E quer então
Morar contigo
No Esplanada.

Eu queria
Poder
Encher
Este papel
De versos lindos
É tão distinto
Ser menestrel
No futuro
As gerações
Que passariam
Diriam
É o hotel
É o hotel
Do menestrel

Pra me inspirar
Abro a janela
Como um jornal
Vou fazer
A balada
Do Esplanada
E ficar sendo
O menestrel
De meu hotel

Mas não há, poesia
Num hotel
Mesmo sendo
Splanada
Ou Grand-Hotel

Há poesia
Na dor
Na flor
No beija-flor
No elevador


[Oswald de Andrade]